CONVERSAS DE CAFÉ:


Uma desconstrução bastante relevante das conversas de café prende-se pelo tema. Começa-se com a aglomeração intencional ou não dos sujeitos seguida de uma questão de como foi o seu dia ou se traz na algibeira alguma noticia fresca do seu passado. Ora face a um ataque de "nadez" onde o sujeito revela uma profunda desnutrição do seu desejo de continuar a vida e simplesmente vai andando até se lembrar que afinal teve uma conversa interessantíssima com a Sónia, a rapariga gira dos Recurso Humanos. 
Eis que o amigo mais solteiro entra em ação num movimento celebre pelos conhecidos como o "e lá vai ele" relatando a sujeita que lhe interveio também a quando de uma decisão pouco sábia de estacionar em segunda fila. "Grande rabo", afirma o individuo de forma pouco subtil num claro jogo de demonstração de machismo injustificado. O individuo que se explicava perdeu-se no rabo da rapariga que tão bem sabe estacionar (metaforicamente, claro) e diz a todos que a história pouco interessa, apesar de ser o inicio de uma bela amizade e provavelmente vamos ouvir falar mais da Sónia.
Outro sujeito, o mais culto, refere que o pais está mal. Logo de seguida acontece um fenómeno descrito na física como magnetismo onde o oposto no espectro intelectual interpela para dizer uma baboseira qualquer sobre o governo. Uma noticia de cariz incontornável se não viesse de um website chamado "a-verdade-do-governo.fakenews.com.pt".
Todos se calam em memória da relevância do amigo menos abençoado com um quociente de inteligência mediano e dão então inicio ao debate. Uns referem pontos fulcrais da instabilidade politica, outros fingem saber de politica. Uns falam de factos históricos e comparam o que aconteceu com o que possivelmente poderá acontecer. Outros comparam-se aos chefes de estado. Uns dizem ter votado num partido por defender os seus ideais. Outros dizem ter votado para ferir o partido que na sua visão de "águia politica" iriam sem sombra de dúvida ganhar as eleições. Uns sabem do que falam, outros falam o que sabem. 
Nisto, o leitor deve-se estar a questionar "então e o futebol?" ao que eu respondo prontamente e sem grandes rodeios: "Os meus amigos são todos do Sporting."

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