Porque é que durmo mal?

Sabem aquelas conversas que temos connosco próprios numa hora pouco necessária da noite - algo que foi criado para nos trazer paz e sossego, não o contrário? Tive uma delas e o tema foi futurologia. 
A princípio tentei prever aquilo que quero que aconteça em conformidade com aquilo que de momento tenho. Se sou isto não posso alavancar-me a patamares demasiado acima. Isto é, se ando de carro emprestado, não posso prever-me a conduzir um Mercedes meu daqui a dois meses. É um tema desagradável porque nos põe ao corrente do que realmente temos e somos naquele momento, e eu não estou no meu momento mais acima - e ainda bem. 
Então a futurologia começou a fazer das suas e a vender-me sonhos lúcidos de grandes conquistas que, efetivamente, se podem tornar instantâneas. Fazendo da minha teoria anterior uma massa de falácia. 
Não desejo mal a ninguém mas via-me naquela hora da noite a deseja-la a muitos. Principalmente a mim, que era o maior intermediário de coisas más para comigo. Aos outros desejava uma dor de cabeça aguda ou um mindinho numa secretária.
Levantar para ir buscar água ou para ir à casa de banho é perder o fio à meada. Fique onde ficar a ideia, desapareceu. E dessa ideia de que perdi uma ideia aparece-me logo outra de uma coisa que se passou há anos mas, que me fez ficar exausto, mal-humorado ou de mal com a vida.
Nisto são 5 da manhã e eu acordo às 7. Depois perguntam-me porque é que ando a dormir mal.

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